quinta-feira, dezembro 28, 2006

PAPALAGUI


Todos nós somos vistos de uma maneira, algumas vezes de forma especial, outras nem tanto.
O Papalagui, quer dizer, o Branco. É narrado pelo chefe da tribo dos samoanos, localizado nas regiões do Pacífico. Nos seus discursos, apela ao seu povo sobre os perigos da convivência com os Brancos, descrevendo a Europa e tudo o que a compõe, desde a profissão, as horas, o pensamento.
Ao passo que os europeus os viam como selvagens, ele via-se a si e aos seus como partes integrantes da natureza; desde o sentir o sol na pele, e não pensar em nada - lembrando-me o grande mestre, Fernando Pessoa - ao cobrir o corpo com esteiras, na sua casa de pedra.
Perscrutou atentamente a vida dos homens na Europa, e achou-nos escravos do tempo. Como diz o Inglês : Tempo é dinheiro. Chegando mesmo a dizer que, o papel forte e a moeda de cobre governam a vida do homem branco.
Chegando também, a dizer, que o homem branco faz uma coisa que, é pensar. Pensa sobre tudo e mais alguma coisa, e que é também a profissão de muitos só pensar. Pensa em ser Deus. Inventado coisas atrás de coisas.
Podemos ver os outros como meros selvagens, idiotas, ou mesmos atrasados, mas a verdade é que, também, somos observados e muitas vezes o que pensamos de nós nem sempre corresponde a verdade.
É um livro de leitura fácil. Genial e muito interessante. Não só porque, apela ao nosso sentido de "ver" ao nosso redor, mas também, para sentirmos a humildade de ser Homens.

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